Sinopse: Karol estava nadando uma longa distância sem parar... Thamilis andando sobre um vulcão ativo... Layane andando sobre grandes nuvens... Hévelyn andava sobre pedras... Sonhos estranhos traçaram o destino de quatro garotas... Mundos desconhecidos, monstros, dragões, magia, trevas... Apenas uma certeza: elas devem salvar Atréfora, uma terra distante e devastada. Novos amigos, muitos inimigos, histórias marcantes, tramas envolventes e uma grande aventura. Incontáveis livros de fantasia já passaram por minhas mãos, dezenas desse mesmo gênero já foram destroçados pelos meus olhos horas a fio, entretanto poucos conseguiram cativar tanto a minha atenção como Histórias de Atréfora. Para aqueles que não são habituados à leitura de fantasia, onde, geralmente, o autor faz uma alusão ao verdadeiro e falso, criando o seu próprio universo, estabelecendo, em muitos casos, uma linha tênue entre o mundo humano e o imaginário, esse é o livro ideal. Explico: a forma com que os autores (Layane Ventura e Ismael Artur) descrevem o seu Mundo Mágico não implica em detalhes exagerados; a narrativa é extremamente breve, mas sem deixar de lado o charme que a nossa língua possui.
Na obra não há meio termo, os personagens são inteiramente bons ou maus. Simples assim. O que é fascinante para alguns, se torna forçado para outros. Particularmente, parto do princípio de que todos somos anjos e demônios, portanto temos nossa parcela de maldade, mesmo quando insistimos em fazer o bem. Todavia, devo salientar que, de modo algum, esse é um demérito na referida; muito pelo contrário, pois diversas pessoas acabam se identificando com a conduta dos personagens. A leitura é extremamente prazerosa justamente por conter um linguajar mais simples, sem os tradicionais "enchimentos de linguiça" que tanto vemos por aí. O enredo gira em torno de quatro garotas aparentemente comuns, mas que escondem um segredo. Na verdade, elas mesmas desconhecem esse segredo: Elas são pertencentes ao Sistema Elementium que, por sua vez, é composto por Aquária, Anão, Narx, Transluz, Planeta dos Dragões e Atréfora. Em uma situação muito inusitada, Karol, Thamilis, Layane e Hévelyn acabam descobrindo a sua origem, tal como o motivo de estarem na Terra e o porquê de terem que deixar tudo para trás e partirem para seu verdadeiro planeta. Um ponto extremamente positivo que pôde ser observado no livro foi a criação dos personagens. Todos têm uma história de vida bem estruturada, com dramas familiares, conflitos internos e por aí vai; e todos têm também uma personalidade própria, seus pensamentos não se assemelham em momento algum com os ideais de outrém mencionado na obra. Embora o livro seja classificado como infanto-juvenil, todas as faixas etárias podem se deliciar com as palavras impressas nas páginas de Histórias de Atréfora. E, acredite, você não conseguirá largar o livro até que a última palavra seja lida. Ficha Técnica: Título: Histórias de Atréfora Subtítulo: Uma transluza, uma anã e duas aquarianas Autores: Layane Ventura e Ismael Artur ISBN-13: 9789895116652 ISBN-10: 9895116659 Ano: 2014 / Páginas: 260 Idioma: português Editora: Chiado FALE COM A AUTORA (LAYANE VENTURA) Sinopse: Relato Inspirado por Orelhas documenta a percepção de uma mulher sobre a inconsciente necessidade de dor nos conflitos de sua família. O texto apresentado na obra procura construir um novo olhar sobre relações interpessoais. No mundo literário existem inúmeras obras de romance, destacando-se juvenis e adultos, e, embora narrem aventuras diferentes, todas seguem um padrão pré-determinado. Há sempre uma mocinha injustificada, um homem perfeito ou vice-versa, que tenta um lugar ao sol, seja mostrando seu trabalho, conquistando espaço entre seus inimigos e por aí vai.
Relato inspirado por orelhas, entretanto, não é uma obra ortodoxa nesse quesito, e isso foi um ponto mais do que positivo. Arrisco a dizer que foi uma jogada de mestre da autora, Paula Febbe, que, além de nos expor uma narrativa muito engraçada - e em alguns momentos trágica -, não deixa de lado a apresentação do cotidiano de muitas pessoas. É impossível que o leitor não se identifique com alguma das passagens do livro. Explico: o enredo é contado através da visão de uma protagonista e, olhem só: não há nomes. Conforme vamos lendo, podemos sentir toda a angústia de uma vida sofrida, onde ela foi abandonada pelo pai - um galanteador que resolveu trair a esposa e fugir com a amante -, passamos pelo período em que ela cresceu, tornou-se profissional e sua vida começou a virar de ponta cabeça. A partir daí, volto a salientar a proposta nada ortodoxa da obra, pois os romances aos quais tive contato anteriormente narravam casos de garotas angustiadas com a sua própria vida, que queriam se sujeitar às vontades de um homem ou que desejavam conquistar o garoto "perfeito" da escola. A perfeição não existe nesse livro. Claro, há a perfeição textual porque a história foi extremamente bem elaborada, mas para por aí. A perfeição a qual me refiro é justamente nessa vida que toda garota idealiza nas obras literárias; em Relato inspirado por orelhas é retratada apenas a realidade, o que é corriqueiro na vida de milhares de pessoas. Aqui, encontramos traição e mágoa, mas sempre apresentadas com uma boa dose de humor. Como mencionado, o texto é exposto através da visão de uma mulher; como as histórias mostradas no livro se misturam às histórias de vida da maioria dos brasileiros, acredito que a ideia da autora tenha sido a de brincar com a cabeça do leitor: essa garota pode ser sua mãe, sua irmã, pode ser até mesmo você. COMPRE AGORA Ficha Técnica: Título: Relato inspirado por Orelhas Autora: Paula Febbe Editora: Independente ISBN-13: 9788591082803 ISBN-10: 859108280X Ano: 2010 / Páginas: 116 Sinopse: O livro Ferramentas dos Deuses – Contos Fantásticos é um trabalho do gênero ficcional fantástico, cujas histórias principais são de teor mitológico, com base na teoria de que ainda nos dias de hoje, existam entre nós as Ferramentas do Deuses e que tais ferramentas são na verdade adventos tecnológicos. O livro nos apresenta ainda com contos folclóricos e urbanos. Durante centenas de anos, os povos antigos ergueram templos em homenagem aos deuses, tentando, assim, buscar o aclamado perdão para a sua alma pecadora. O que erroneamente classificamos hoje como mitologia esteve presente na vida de diversos povos como religião - por que não dizer que ainda está?
O contato com deuses se fazia presente através de preces. Algumas culturas consideravam digno o sacrifício humano em prol de ter uma visão do paraíso. Sempre aprendemos que os deuses e heróis gregos, astecas, nórdicos, celtas e etc não passaram de mito, uma forma que os "homens intelectuais" - pois acreditavam cegamente que somente a sua definição sobre religião era a correta - encontraram para entreter a mente curiosa dos jovens. Todavia, sempre ficávamos com a famosa "pulga atrás da orelha", ponderando acerca dos feitos, buscando teorias para as batalhas e também ansiando por um pouco daquela glória, daquele poder estupendo. Através de textos sucintos (contos), Ferramentas dos Deuses, do autor Fábio Bahia, mostra essa necessidade do homem, a busca pelo conhecimento de algo novo e o desejo incessante por vitória. Utilizando-se de elementos culturais antigos, os contos que são apresentados ao leitor denotam uma criatividade exímia. As chamadas Ferramentas dos Deuses são artefatos que, além de místicos, conservam uma altíssima tecnologia. Todos os contos possuem a sua particularidade, é claro, todavia alguns textos são descritos como a própria mitologia prega, embora sejam narrados em épocas distintas. Os jogos por poder, a vingança bem estratégica, o rancor e até a notória falta de discernimento humano são marcas registradas nessa obra. Tudo milimetricamente calculado para que o leitor se sinta parte do enredo e, acredite, você fará parte dele. De alguma forma, o conto "Selfie" irá retratar uma situação que você vivenciou, seja direta ou indiretamente. Nesse texto, em particular, fica visível o que o vício por internet é capaz de fazer com as pessoas, desviando-as de valores morais e éticos. Um outro conto que acho válido salientar é "O Velho Salém". Essa história também não foge do nosso cotidiano, apesar de possuir uma característica mágica. Salém é o típico idoso que adorava criticar. - detalhe: ele era um homem bem instruído, portanto seus argumentos eram bastante embasados. - O homem não perdia a oportunidade de magoar alguém, utilizando-se de seu vocabulário amplo, munido de grosserias dos piores tipo, até que viveu uma situação incomum, depois de ir ao zoológico. Essa é a parte mais interessante do conto, pois, embora Salém fosse muito inteligente, a sua capacidade para criar poesia era limitada, e mesmo assim ele se arriscou; com enunciados de ódio, se dirigiu a um ser que não podia retrucar: uma cobra. Para a sua surpresa, o animal replicou, deixando-o sem reação. Desde então, o velho parou de criticar. Há apenas doze contos no livro, mas eles lhe garantirão uma boa dose de risadas, angústia e, quem sabe, o farão refletir a respeito de alguns valores que você possui, ou melhor: poderá agregar novos valores. VISITE A PÁGINA DO LIVRO Ficha Técnica: Título: Ferramentas dos Deuses - Contos Fantásticos Autor: Fábio Bahia ISBN-13: 9788565170642 ISBN-10: 8565170640 Ano: 2014 / Páginas: 96 Idioma: português Editora: Mondrongo Sinopse E se os sonhos não existissem? O que você faria se do nada tudo o que sabe sobre a vida ganhasse um novo significado? Preste atenção no que sonha quando dorme, pode haver muito mais por trás do que parece. Dante teve a matriz dos seus sonhos roubada e agora a jornada mais inesperada de sua vida começa. Com a ajuda de criaturas e pessoas misteriosas ele é forçado a viver duas vidas de formas totalmente diferentes para recuperar seus sonhos. Descubra o que há por trás dos mais belos mistérios da humanidade a partir de uma visão inteiramente nova. Essa é a lenda dos sonhos. O ego, muitas vezes, é o nosso único carrasco. Quem iria supor que a partir do momento em que recusássemos uma simples carona, nossa vida sofreria uma drástica alteração? Ou pior: a definição de “vida” não fosse mais fazer sentido?
Liam era um australiano bem de vida; tinha uma posição favorável na empresa onde trabalhava, excelentes ideias comerciais, uma família que o amava, todavia, deixou-se morrer, porque “nada que vinha dos outros era melhor que as suas próprias ideias" Após recusar uma carona para o serviço, pois a empresa onde atuava como publicitário era perto de sua casa, Liam teve a infelicidade de ser atingido por um raio - “Liam fechou os olhos quando o raio tocou seu rosto, como se fosse evitar a dor que estava por vir. Estava pronto para sentir a imensa descarga elétrica, e nada" - e surgiu em uma dimensão totalmente diferente da qual sempre esteve habituado. Não havia mais corpo físico, a matéria deu lugar a simples fonte de luz. Lá, ele questionava-se sobre tudo, esperando que, de fato, a morte ainda não tivesse lhe roubado a alma, mas não obteve a resposta de imediato. Antes disso, seria necessário que ele soubesse a função de tudo: o porquê de um mundo assim existir. * * * * Embora Magnum Juris - A Lenda dos Sonhos, livro de Fernando Petri, comece com um prólogo retratando a vida de Liam Rhys, não é ele o foco do enredo. Todavia, a base de tudo. A história tem como protagonista Dante Vitchecomits, um adolescente de dezesseis anos, que, tal como Liam, foi parar no Mundo dos Sonhos, porém, de uma forma diferente... mais sutil. Enquanto esperava o elevador descer para que pudesse sair do prédio onde ficava o consultório do seu dentista, o garoto desmaiou, e então deu início a algo que mudaria sua vida, o que lhe daria uma visão nova acerca do que é - ou não – real. A obra nos traz uma reflexão bastante intensa a respeito do que julgamos verdadeiro. No decorrer da narrativa, Dante se depara com muitas situações estranhas enquanto dorme, ao mesmo tempo em que percebe que talvez os sonhos sejam sua verdadeira vida. Quem nunca sonhou com a vida perfeita e, ao acordar, desejou voltou a dormir apenas para sentir mais um gostinho especial? O livro trata disso, embora seja aplicado de uma maneira diferente. No Mundo dos Sonhos há cenários incríveis, com belas paisagens, e é onde o impossível não existe. É justamente nessa dimensão onde se passa a maior parte da história. Dante, após conhecer um dos espíritos guardiões, Chris, percebe que não foi obra do acaso ele entrar ali. E que sair seria uma sufocante aventura. Em meio a tantas descobertas, o adolescente percebe que não é o único “humano” a entrar naquela dimensão sem que não estivesse dormindo. E então ele conhece algumas pessoas que se aliariam a ele numa missão: descobrir o motivo de um dos guardiões tentar invadir o mundo real através de seus sonhos. – Não, não é spoiler. Primeiro: o autor faz questão de deixar claro desde o princípio. Segundo: se eu não contasse a missão, como atiçaria as suas “lombrigas literárias”? Para você que sempre se imaginou nas histórias que lê, esse é o livro perfeito, pois o real e o imaginário se tornam um. Não há uma separação entre isso ou aquilo, porque ambos se completam. A forma com que o autor brinca com as palavras aguça a curiosidade do leitor, que deseja viver naquele mundo tão incrível, mas que também espera manter distância das criaturas que habitam por lá. Classificado como infanto-juvenil, Magnum Juris - A Lenda dos Sonhos é uma obra de fantasia, mas que não se perde apenas nesse gênero. Ao lê-la, você percebe que há um romance se desenvolvendo – provavelmente se intensificará no livro seguinte -, e também nota a presença de artifícios de ficção científica. Claro, tudo de maneira bem suave. “Sinta que a sua vida agora é um sonho, aquele pelo qual vale a pena lutar. A arma mais poderosa que fará vencer qualquer guerra é conhecer a si mesmo.” Já parou para avaliar isso? Nos ocupamos tanto, nos preocupamos demais com o que vão dizer sobre nós, e acabamos esquecendo do essencial: só NÓS mesmos somos capazes de guiar nosso destino. COMPRE AGORA VISITE A PÁGINA OFICIAL VISITE A PÁGINA OFICIAL DA EDITORA Ficha Técnica: Autor: Fernando Petri ISBN-13: 9788568920008 ISBN-10: 8568920004 Ano: 2015 / Páginas: 168 Editora: O Tordo Editorial Munidos de cartazes, roupas manchadas de giz, apenas, lá estavam todos eles, agrupados, esperando o momento de adentrar o plenário da Assembleia. Não havia necessidade, nunca houve. Entretanto, outro grupo juntou-se mais adiante. Esses, sim, pareciam perigosos: munidos de armas, cacetes e... vejam só: Cães. E tal como os animais, cuja fúria era refletida através de seus olhos, os policiais deram um passo à frente.
As primeiras bombas de efeito moral foram lançadas, iniciando assim o que mais tarde chamariam de confronto. Os olhos ardendo como se estivessem expostos às brasas. Gás lacrimogêneo?! Os cachorros grunhiram alto, latiram e avançaram. Ataquem! Ouviu-se a ordem. Continuando firme, não recuando, os docentes insistiram... investiram em busca de seus direitos, em vão. Mais policiais agruparam-se em torno do prédio, mais gás lacrimogêneo fora lançado, e também... - Meu Deus - Balas de borracha!! Alguns continuaram em pé; o sangue escorrendo pelas feridas do rosto, a camisa maculada pela vermelhidão dos ferimentos, enquanto suas vozes se tornavam gritos de dor. "Cumprimos ordens!" Bradaram alguns policiais, embora não percebessem que impediam o avanço do país, embora não se lembrassem que outrora foram alunos. A geração que antigamente matava aula, resolveu, então, matar também os professores... ou o progresso do Brasil. Sinopse Quando os estandartes inimigos se aproximam, apenas a magia do escolhido é poderosa o suficiente para proteger o reino de Hynneldor. Contudo, a princesa herdeira desapareceu há muitos anos, e aqueles que ousaram procurá-la jamais retornaram. Mas a esperança é uma arma poderosa, e a descoberta de uma jovem na misteriosa Ilha de Ashteria pode mudar o destino de todos. O desconhecido sempre despertou os mais diversos pensamentos na mente das pessoas: medo, apreensão e, até mesmo, curiosidade. Flora era moradora da Ilha de Ashteria - um lugar extremamente calmo, que não lhe tirava suspiros românticos, e sim, lamentos de tédio -, que ao ser deparada com uma visita inesperada é obrigada a tomar uma atitude tão drástica que mudaria o curso de sua vida e de todos à sua volta; de seus oito irmãos, de seu pai, e também da pessoa mais importante em sua vida, sua mãe. Descobrimos, com a chegada de Dimitri e Nathair, que a garota é a herdeira do trono de Hynneldor, todavia, o mais impressionante é a forma com que a autora, Karen Soarele, nos apresenta tal revelação; não há rodeios ou motivos para lágrimas, não há frases que impactam, mas também não deixa nada a acrescentar: “Dimitri se voltou novamente para ela, e colocou as mãos ensanguentadas na cintura. Olhou-a por um momento, como se pensasse na melhor forma explicar a situação. Mas paciência não era uma virtude que possuía, e delicadeza também não. — Você é a herdeira do trono de Hynneldor. Seus pais morreram, e seu irmão assumiu. Mas a magia dele não é forte o suficiente para proteger o reino dos inimigos vindos de Vulcannus, e o povo está morrendo de fome” Pronto, com o trecho acima, acredito que todos tenham percebido: A família que Flora sacrificaria na sequência não era sua linhagem verdadeira. A partir de tal revelação, como é natural, instauram-se, na cabeça da garota, dúvidas, que se afloram e somam-se ao ódio. Ódio, pois julgava-se usada, enganada - tanto pela mulher que a acolhera ainda bebê, como o irmão mais velho, Latham, que sempre soubera da verdade e lhe privara. O que Flora desconhecia é que o rapaz a esteve protegendo o tempo todo; ao esconder sua origem, a intenção dele era de resguardá-la dos perigosos exteriores. Entretanto, depois de muito ponderar, a garota resolve partir em busca de respostas, visando reencontrar seus entes progenitores e, quem sabe, conseguir os esclarecimentos para as perguntas que se alojaram em seu âmago. Flora, ao passo em que viaja para tomar o trono, percebe que o reino carece de provimentos e, acima de qualquer coisa, proteção, pois uma guerra se aproxima. Ela trará a proteção que o povo precisa, ou ela não é a princesa perdida? Muitas garotas julgaram-se a herdeira, nenhuma assumiu a coroa. Por que com Flora seria diferente? Como a história é curta, devo ser sucinto também para que não lhes roube o encanto ao lerem o livro. Em um enredo repleto de traição e jogos de poder, o romance surge apenas como uma brisa suave através das páginas de A Rainha da Primavera, sem deixar de ser intenso. A forma com que a autora nos apresenta o romance entre duas pessoas que tão pouco têm em comum, nos faz refletir acerca de alguns valores que julgamos essenciais. Tal como a protagonista, que faz julgamento de todos os personagens que surgem na trama, podemos nos surpreender ao descobrirmos que nem tudo é o que se mostra, que o que estimamos certo se torna errado, apenas por um detalhe não aparente. Personagens: Flora: Por ter vivido longe de tudo, perdida em uma ilha que se isola do restante do mundo e onde a população é muito calma, a protagonista não é o tipo de pessoa guerreira, muito pelo contrário. Embora em alguns momentos possamos notar a sua força enérgica, Flora denota uma fragilidade ímpar, claro, resultado de uma privação excessiva – tanto do mundo que a rodeia, como de uma atitude mais impactante dos moradores da Ilha. Dimitri: Inicialmente, podemos sentir uma certa hostilidade da atitude desse protagonista, ele não se faz se desentendido, não usa meios termos, e muito menos demonstra seus sentimentos, entretanto, com o desenrolar da história, ele se mostra um exímio cavalheiro, sem deixar a habilidade no manuseio de espadas de lado. Nathair: Aparentemente um diplomata, é ele quem leva Dimitri até a ilha onde Flora estava abrigada. Um homem mais velho e experiente, que pode surpreender a todos com sua astúcia, ganância e... algo mais. Brodderick Carnell: Tido como o vilão da trama, ele é o general do exército dos Vulcannus, que deseja tomar o trono de Hynneldor. Um guerreiro de personalidade forte e, como não deveria faltar, arrogante. Há outros personagens, porém, sem impacto tão significativo no decorrer da história, portanto, mencioná-los seria visto como o tradicional “enchimento de linguiça”. O único ponto negativo do livro é que a autora não nos mostra com clareza a origem de Brodderick, o que o motiva a dar início a uma guerra tão desenfreadamente não fica muito visível. Apesar disso, A Rainha da Primavera é uma obra belíssima, e indicada ao público infanto-juvenil. Saiba mais:
Site da série * Blog da autora * Facebook (autora) * Facebook (livros) Twitter * Skoob * Youtube Quando nasceu, não lhe deram muita importância. Durante a infância, o consideravam estranho, chamavam-no de monstro. Ele cresceu ao som de Rock, dos antigos, embalado pelo ritmo do AC/DC, Black Sabbath e outros nomes tão erroneamente classificados como o Som do Diabo. Deixou de se importar também. Usou a máscara que todos lhe impuseram durante a vida, e tornou-se o monstro que muitos temiam. Hoje, é um monstro sim. Mentiroso, manipulador. Não vive nas sombras, não usa roupas que demonstram seu verdadeiro ser. Pelo contrário, usa terno. O monstro que todos temeram tornou-se o que agora todos chamam de governo. Se alimentando com o dinheiro dos pobres, enganando a todos e aumentando a sua fortuna. Mas quem disse que há julgamento agora? Não, não há. Agora, o monstro, com uma máscara nova, desfruta de todos os bens que se possa imaginar, sem que ninguém o chame assim novamente. Arrumaram-lhe novos apelidos, mas ele, há muito, tornou-se indiferente. Sinopse Fernanda é uma professora de trinta e poucos anos. Estava passando por problemas financeiros quando recebeu uma proposta um tanto ousada do colégio onde trabalha. Ela não teve como recusar. Nessa proposta, Victor, seu aluno, era o foco. Passando pela conhecida crise da adolescência, o piloto de downhill de dezoito anos está desencantado da vida. E nem desconfia do que estará para acontecer a partir do momento que os planos do destino forem colocados em prática. Como o próprio título sugere, o livro é desafiador.
Deixe o preconceito de lado por apenas um instante e mergulhe numa história erótica. Não se importe com o que andam falando sobre Cinquenta Tons de Cinza ou outros títulos similares, que muitas vezes alcançam o ápice sem terem sequer conteúdo, ou mesmo um romance - que são basicamente um mero apelativo sexual. De fato, em Challenger, você encontrará muita cena de sexo, uma linguagem extremamente vulgar. Sim, é exatamente essa palavra, pois o texto - quase todo - é narrado por um rapaz de dezoito anos, inexperiente sexualmente, que está com o desejo “à flor da pele”. Entretanto, uma linguagem mais rebuscada domina o enredo; a vulgaridade textual aparece apenas como uma pitada suave, justamente para lembrar ao leitor que um garoto é quem está contando a história. A obra descreve a vida de Fernanda, uma professora do Ensino Médio, que é contratada para seduzir um de seus alunos, Victor - citado como um dos meninos mais estranhos do colégio durante boa parte do relato. O que parecia muito simples a princípio, torna-se intenso e inovador quando o garoto, sem saber do programa em que a professora está envolvida, parte para a iniciativa, trancando-a numa sala, e... bom, deixemos os detalhes sórdidos de lado. Victor é o típico estudante que fantasia com uma professora, acha atraente mulheres mais velhas, mas, acima de tudo, é um garoto mimado. E, como tal, não mede esforços para ter seus desejos saciados. No texto, temos duas visões cruciais para a conclusão da história, o que torna a leitura deleitosa – engraçada também, eu ressaltaria. Em certos momentos, podemos nos entusiasmar com a excitação do garoto, que pensa ter conquistado a professora "mais gostosa do colégio". E, em outros, nos deparamos com algumas lamentações da mulher que, embora aprecie o momento com o aluno, sente-se imunda por fazer parte de um esquema tão asqueroso. Durante toda a nossa trajetória de vida, mesmo que por instinto, não fazemos nada por acaso. Tendo isso em vista, tente expor teorias para que a professora se sujeite à tamanha humilhação. Sim, esse é o sentimento - ou deveria ser - que uma mulher casada, com filha e que tem quase o dobro da idade do garoto, sente ao ter que instigar um aluno, provocá-lo com olhares, até que o ato físico se consuma. Logo nas primeiras páginas, percebemos o que virá a seguir, mas a forma com que o autor, Arthur Carvalho, descreve as situações, o desenrolar do romance, deixa tudo mais atraente. Apesar das trocas de carícias constantes, vivenciamos um amor marcante - meio juvenil -, mas que levanta suspiros das garotas mais românticas. Não posso deixar de registrar a minha indignação quanto à atitude de Fernanda no final da trama quando, ao deparada com a verdade sobre todo o plano, não esboçou resistência e se submeteu – mais uma vez. Durante todo o livro, ela denota uma ferocidade, sagacidade e dominação indescritíveis, mas no desfecho, uma fragilidade ímpar. Voltado ao público adulto, Challenger proporciona uma leitura muito aprazível, mas cômica diversas vezes. Talvez pela narrativa que nos é apresentada, ou pela ingenuidade de Victor, mas o fato é que obra é um prato cheio para os amantes do gênero. Há diversos personagens, não pense que o autor se limita apenas a esses dois, mas não convém mencioná-los, pois estragaria parte da surpresa. Texto de Lucas Kolombeski Pois dito era. Uma manhã de pouco sol, terra preta banhada de orvalho. A carroça vinha, carregada. Num deslize, algo rola da carga e cai no chão. Num deslize ainda mais infeliz, a pata do animal que puxa o automóvel a esmaga e acaba com sua chance de ir para a feira de sábado. Ferro na massa. Um dia se passa. Dois. No terceiro, então, um farfalho de penas fica cada vez mais alto. O lance é certeiro; o bico pega a presa e a leva para além das nuvens, a degusta e a devora sem só nem piedade. Os resquícios dentro de si percorrem um lugar obscuro, sombrio. Somente depois de longas horas é que ela finalmente é liberta. E de lá de cima do céu, pela segunda vez em seu curto período de existência, ela cai. Mas agora não há mais farfalhar de asas ou uma alma que lhe tenha dó. Agora ela está só, a mercê dos dias, do tempo, entregue a natureza à espera de sorte. E a sorte vem de forma natural. Uma manhã de pouco sol, terra preta banhada de orvalho. Aos poucos ganha ânimo, vida. Verde. Entre brisas e ventos, cresce firme. Funda sua própria base e dela toma seu sustento. Cresce. Resplandece. E gera. De tudo o que antes ninguém jurava que vingaria, tornou-se a fonte de alimento, de sombra. E de saber. Os anos passam. Num dia tão comum como todos os outros, nublado e fresco, eis que um jovem ambicioso se senta sob suas folhas. Não demora muito, uma fruta cai em sua cabeça. Essa fruta, uma vermelha e esplendorosa maçã, foi o estopim para que esse jovem revolucionasse o nosso modo de ver o mundo. Seu nome, para os íntimos, era Isaac. Isaac Newton. |
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